terça-feira, setembro 28, 2010

O azeite, o vinho e o fermento


Barco
Barco à vela
João Cruzué

E um certo doutor da Lei levantou-se e disse: Mestre que farei para herdar a vida eterna? E Jesus devolveu a pergunta: O que está escrito na Lei? E então o doutor citou o grande mandamento: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo."

-- Faze isto e viverás! Disse Jesus.

-- E quem é o meu próximo? Insistiu o doutor.

E na sequência o Senhor Jesus Cristo expôs uma parábola, mais tarde entitulada "A Parábola do Bom Samaritano". Hoje pela manhã quando ia para o trabalho, passei pela região do Viaduto do Chá, no Centro de São Paulo. E neste trajeto veio a mim escrever alguma coisa sobre esses três elementos: O azeite, o vinho e o fermento.

Nós encontramos o azeite no Velho Testamento na botija da viúva endividada; no reservatório do candeeiro da Casa do Senhor. Na unção de Davi, ainda adolescente, no quinto verso do Salmo 23, e, entre tantos outros, na visão do profeta Zacarias. Azeite fala de sabedoria; azeita pode ser um rosto brilhando pelo perdão de Deus; azeite é uma bênção surpresa quando tudo o mais se acabou. Azeite é o gosto da vitória; azeite é a unção da promessa de Deus.

Na parábola do samaritano o vinho foi usado para limpar as feridas.

Azeite e vinho falam de solidariedade, de compaixão, de cuidados. Azeite e vinho são as atitudes do cristão verdadeiro que vai além das palavras; além da teologia. A sequência de uso é azeite e vinho. Primeiro a unção do Espírito em seguida a alegria do Espírito. O azeite amacia e refresca um coração ferido e o vinho lava as impurezas e a maldade do pecado. Para adquirir deste azeite e deste vinho é preciso ir à fonte da misericórdia e da compaixão. É preciso depender de Jesus.

Quem ama vai atrás, busca e procura até achar. Quem tem azeite e vinho anda na presença de Deus e navega como um barco cuja vela se faz cheia sob o vento da vontade do Espírito Santo. Isto não se aprende com a leitura de compêndios e comentários. Não vem junto com um canudo de teologia, mas em andar com o Senhor.

O fermento é a substância que incha, estufa, azeda, que enche de vento uma massa. O fermento para fazer efeito precisa ser misturado. Espiritualmente falando o fermento é o mundo sendo misturado no coração cristão. O fermento é a hipocrisia. É uma santidade de aparências. É uma cristã falsificada, mascarada.

O sacerdote e o levita viram o ferido, mas a sua religião estava acima de qualquer coisa. Sabiam o sagrado, mas não tinham mais o Espírito de Deus. Eram vazios de sentimentos, de compaixão. O sacerdote e o levita eram como barcos cujas velas já tinham apodrecido pela falta de uso.

Coisa interessante. Esta parábola é muito atual. Está surpreendentemente contextualizada em nosso tempo e país. Uma geração de sacerdotes e levitas têm ltrabalhado em nossas Igrejas. Eles estão muito ocupados com o que acontece no mundo. Estão encantados com o poder, com a política, com o dinheiro. O fermento já arruinou a vida espiritual deles. Nã têm mais tempo para a compaixão. Não se preocupam mais com os feridos nem com os perdidos, pois já não há mais sinal de azeite e vinho em seus corações. O Espírito Santo já foi apagado de suas vidas, de tantas atitudes mesquinhas, avarentas, falsas aparências. O óleo da unção já não brilha mais em suas faces. É muito provável que também estejam perguntando: E quem é meu próximo? Por que já se esqueceram.

E se eu não tomar cuidado, posso me tornar hipócrita do mesmo jeito. Por isso o exercício da compaixão deve ser sempre lembrado, praticado. Não basta ter uma biblioteca cristã na cabeça, é preciso muito mais que isso para ser um bom samaritano: manter a alegria de servir, de visitar, de sorrir e chorar junto, de ajudar, de amar, de perdoar pela presença do Espírito Santo.



SP 28.09.2010



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domingo, setembro 05, 2010

O perigo da esterilidade na vida cristã

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Joao Cruzué

"Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não o acho; corta-a. Por que ela ocupa ainda a terra inultilmente? E o vinhateiro respondeu: Deixa-a este ano, até que eu a escave e esterque; e se der fruto, ficará; e se não, depois a mandarás cortar." Lucas 13.

Quantos cristãos deixam de receber respostas de orações para os grandes projetos de suas vidas? Será que a vida abençoada de outros é apenas frutos da coincidência? O quanto as boas obras de cada um representam no julgamento de Deus no ato de enviar a bênção para uns e nada para outros? Creio que este assunto é por demais complexo, dentro das culturas religiosas pré-estabelecidas, mas examinando a Bíblia de forma simples, sem os "mas" religiosos, podemos encontrar algumas respostas; e estas respostas podem nos trazer uma visão menos religiosa e mais cristã.

Jesus e as figueiras. Imagino que nos tempos de Cristo em Israel, as figueiras deveriam ser muito comuns, como em nossa terra temos as mangueiras, goiabeiras, bananeiras... árvores comuns de frutos populares. Em Mateus 21, vemos o Senhor procurando fruto em uma figueira. Achando somente folhas, amaldiçoou-a; e ela secou-se imediatamente, para espanto dos discípulos. Em Marcos 13, fala que ao ver uma figueira começando a soltar brotos é sinal que o verão está chegando. Em Lucas 13, tema do texto, mostra outra vez o desapontamento com a falta de frutos de outra figueira. Zaqueu subiu em uma figueira brava, em Lucas 19; e Natanael mudou sua opinião sobre Jesus, quando o Senhor lhe disse que o viu debaixo de uma figueira. Em alguns desses textos, a figueira é comparada à nação de Israel. Israel era a figueira.

Mas a figueira também, além de Israel, pode ser a figura da vida espiritual de cada cristão. E a procura do Senhor por frutos na figueira, representa os bons frutos de mudança produzidos pela ação do Evangelho em nós. Assim como era impossível para uma figueira adulta não produzir frutos no verão, também aquele que vive cotidianamente na Igreja deve florescer e frutificar. A decepção do Senhor Jesus quando foi procurar fruto na figueira e só encontrou folhas, tem uma explicação: as folhas simbolizam a religião; e a religião pode ter um efeito inverso: desligar o cristão do Cristo.

Assusta-me , e custo a compreender porquê pastores Batistas americanos, homens brancos, que ensinavam e pregavam sermões sobre o amor e graça do Cristo, seriam capazes de criar uma Ku Klux Klan para humilhar, prejudicar, perseguir e matar irmãos de crença -negros. Isto são folhas. Isto é religião. É criar dogmas e preceitos humanos e embrulhá-los com o nome de Deus. Poderia citar outras atrocidades da Igreja Romana, Hindu, Muçulmana e do próprio Judaísmo.

Frutos tem aspectos muito diferentes de folhas. As folhas são importantes, pois realizam a fotossíntese transformando a seiva bruta em seiva elaborada; subindo das raízes para para as folhas e fazendo o sentido inverso. A religião é a cultura, o aspecto social, o que se vê, na vida das famílias que frequentam uma Igreja. Mas ela pode estar totalmente distanciada do Cristo, como estavam os que administravam o sagrado no Templo de Jerusalém. O fruto da figueira em questão, são as ações cotidianas de um cristão que anda na presença de Deus. A presença de Deus é flor que desenvolve o fruto na vida dos que seguem, de verdade, o Cristo.

Não é pela cultura religiosa que agradamos a Deus. Não é apenas pelas boas obras que glorificamos a Deus. É muito mais que isto. Andar na presença de Deus tem um significado mais profundo: É fazer sempre aquilo que é da vontade de Deus. Muitos dizem que estão fazendo a vontade de Deus, principalmente os radicais de todas as religiões.

Qual é a vontade de Deus? Deus quer que conheçamos o Cristo. Que o aceitemos e que isto não seja às ocultas, mas diante da sociedade. Deus quer que não sejamos hipócritas. Aqueles que conhecem a verdade, mas vivem uma mentira. Ensinam a virtude, mas praticam o pecado às escondidas. Deus é santo, e quem quer viver na sua presença, deve abandonar os velhos maus hábitos, para se aproximar dele. Isto se chama: santidade. E para descobrir as arestas e aplainar as imperfeições é preciso ler e entender a Palavra de Deus, que está na Bíblia Sagrada. Apesar da imperfeição das Igrejas e do distanciamento da presença de Deus de muitos pastores e ministros cristãos, Cristo nunca ensinou o abandono à Igreja. Ainda é lá que se aprende os rudimentos e os aperfeiçoamentos pelo ensino da Palavra de Deus. Aprender a palavra, sem condescender com o pecado.

O início deste século encontrou a Igreja cristã com sérios problemas de joio, ervas daninhas no ministério, entre eles um pernicioso evangelho antropocêntrico, cuja mensagem atrai multidões com interesses nos benefícios da vida cristã, sem o compromisso com o Cristo. A inversão dos valores cristãos, o fim (a bênção) justificando os meios (religião).

Se Cristo viesse ainda hoje, ele não encontraria fruto em muitas vidas. Quando não há um desejo profundo de servir a Deus, quando não há uma consciência viva que nos diz: isto está errado! quando o culto na Igreja é apenas um evento comum, é sinal de que a presença de Deus está longe de nós. Quando procuramos por Deus (como os que seguiam Jesus pelos pães) unicamente atrás de bênçãos materiais, algo está errado. Quando enviamos ofertas, interessados em bênçãos, para atender conversa fiada de pastores com seus projetos de "SEMENTES" estamos nos enganando a nós próprios.

O que pode acontecer? A bênção chegar, mas a presença de Deus, não. Quando damos ouvidos a "evangelhos" de homens reprovados diante de Deus, à medida que o tempo passa, ficamos mais frios na fé. Ficamos tristes dentro da Igreja e não sabemos porquê. Falta alguma coisa e não descobrimos o quê. Sabe o que falta? Falta abrir a porta para o Cristo, que ficou de fora. Falta o Espírito de Deus em nossa vida. É isto que o "evangelho da prosperidade" traz. Cristão ricos de bênçãos, mas pobres da presença de Deus. A angústia , o vazio espiritual, a frieza de muitos cristãos no presente século é um sintoma de esterilidade.

Esterilidade por um problema de semente. Certa vez comprei uma manga enorme na Avenida Paulista. Guardei a semente, plantei, e depois levei a muda para o sítio de meus pais. Em poucos anos estava uma árvore frondosa e começou a florescer. Floresceu por anos seguidos. Era a mangueira mais florida entre todas as outras. Mas vingavam três, quatro frutos, que rachavam e caiam. Fiz como na parábola: adubei generosamente, mas nada. Porque não produzia um fruto sequer, derrubei-a com machado. Eu arranjei uma semente errada; ela parecia igual às outras, talvez até mais bonita, mas quando chegou o tempo de ver os resultados: era completamente estéril. Assim também pode acontecer com quem teima em seguir falsos líderes e falsos profetas, em algum tempo da vida, a presença de Deus irá embora, e você vai ficar frio e vazio.

Esterilidade por falta de cuidados. Foi por isso que o vinhateiro pediu uma segunda chance para a figueira. Se alguém congrega em um lugar e começa a ver que a própria vida espiritual está indo pelo ralo - atenção! Observe bem sua Igreja. Ela possui um gerente como pastor ou um homem de Deus amoroso que cuida bem do rebanho? Não se iluda com templos majestosos. A diferença entre o pastor-gerente e um homem de Deus, é pela respostas de oração. Há ministros que quando oram o Senhor ouve e abençoa a vida da ovelha. Quanto à oração do outro, Deus nunca ouve. É a última coisa que se deve fazer, mas se você congrega em um lugar que não dá a mínima para a vida espiritual de seus membros, já não funciona mais como Igreja.

Esterilidade por falta de compromisso. Deus disse para Salomão, que Davi tinha o desejo de construir um Templo para morada de JEOVÁ, o Deus de Israel. Deus não permitiu, mas se agradou de ver aquele desejo no coração de David. Assim também, quando o Espírito de Deus vem sobre a vida do cristão, ele precisa manter a chama da fé e do compromisso com Deus acesa. No dia que o Senhor vier e olhar no seu coração e não achar nenhum desejo, nenhum compromisso, só religião (folhas) e cuidados desse mundo, sua vida espiritual pode ser apagada. De tanto o Espírito Santo insistir, e você não se mexer, o entristecimento dEle com suas atitudes vai fazer brotar a insatisfação, a murmuração e o vazio. A frieza espiritual é o sinal da ausência do Espírito Santo.

E a coisa mais triste deste mundo é um cristão que saltou e cantou alegre diante da presença do Senhor, e hoje é apenas cinzas de tristeza. Não fique inativo diante de Deus. Ore, contribua, ensaie, cante, louve, se é rico contribua generosamente para missões. Descubra que está passando por necessidades na sua Igreja. Faça alguma coisa, para glorificar o nome do Senhor antes que o vinhateiro diga ao Dono da Vinha: Senhor, eu escavei, adubei, redobrei os cuidados, mas não apareceu nenhum fruto naquela figueira.

Então, o Dono da Vinha vai dar a ordem: Corta-a!


Sorocaba- 05.09.2010








sábado, setembro 04, 2010

À sombra do Salmo primeiro


João Cruzué

"Bem-aventurado é o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores." À sombra do primeiro versículo do Salmo Primeiro vamos nos assentar e meditar.

Imagino que nenhum cristão vá procurar espontaneamente uma pessoa que detesta Deus para ouvir um conselho para uma situação adversa. Entretanto, o conselho dos ímpios pode vir de maneira sutil, em pequenas quantidades de fermento, que podemos nem perceber.Há muitas pessoas de expressão na sociedade que falam coisas maravilhosas na TV ou escrevem textos cheios de virtude nos livros, nos jornais - e você para e diz: "Isto sim, é sabedoria! Parece até que leu meus pensamentos...

Mas, saiba que entre as palavras do ímpio e seus atos vai uma diferença muito grande. Ele fala coisas belas e cativantes, porque trabalha em cima de pesquisas. Antes de falar, a maioria deles já sabe o que as pessoas QUEREM ouvir. E quando um crente põe em prática o conselho do ímpio, Deus não vai prosperar sua causa. E se acontecer alguma prosperidade, em poucos anos tudo vai por água abaixo, pois não é Deus o autor da bênção. A bênção quando vem do Senhor, não traz dores nem espinhos escondidos.

Em uma busca na Bíblia pelas palavras com o radical "prosper", encontrei 77 ocorrências, sendo 75 delas no Velho Testamento. E a certeza que fica é: A prosperidade, tão cantada em verso e prosa pelos pregadores de nosso tempo, está intimamente ligada à obediência e fidelidade ao Senhor. Isto fica muito claro em II Crônicas 24:20. E mais em todo o Novo Testamento, há apenas duas ocorrências. Isto está plenamente de acordo com o ensino cristão: Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e as demais coisas serão acrescentadas.

"E o Espírito de Deus revestiu a Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé acima do povo, e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do SENHOR, de modo que não possais prosperar? Porque deixastes ao SENHOR, também ele vos deixará."

Jó prosperou duas vezes porque andava com um coração fiel diante de Deus. E na segunda vez recebeu o dobro da primeira prosperidade. A explicação é que Jó era íntegro, reto, temente a Deus e se desviava do mal. A prosperidade voltou ainda maior, porque ele se manteve firme, fiel, envergonhando o invejoso satanás.

A prosperidade não vem porque você faz um compromisso de enviar uma oferta para ganhar almas. Deus não precisa de dinheiro para salvar um pecador. O Espírito Santo não precisa de ofertas para produzir arrependimento no coração de um perdido. Nós podemos e devemos contribuir voluntariamente, espontaneamente, com qualquer quantia, mas sem seguir sugestões e meias verdades.

Você pode dar todo seu dinheiro para um pregador que tenha um projeto de ganhar um bilhão de almas, mas se o Espírito Santo não produzir arrependimento para nenhuma delas, as milhares de "salvações" anotadas não terão raiz. Serão como sementes à beira do caminho. Quem salva não é o dinheiro, mas o sangue de Jesus. Quem leva o pecador a chorar de profundo arrependimento não é o pregador - é o Espírito Santo.

Existem evangélicos ímpios? Sim existem! A resposta está evidente em Mateus, capítulo 07:

"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.

"Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade." (Mt. 7:15/23).

Segundo o blog Dicionário bíblico, a palavra iniquidade, vem do grego "anomia" e é sinônima de impiedade. Daí, fica provada minha afirmação. Um pessoa que se diz evangélica precisa se pesar com pesos divinos para aferir a verdade de seu caráter. O primeiro peso chama-se integridade. Segundo o site Jesus voltará, "Integridade é ser aquilo que dizemos que somos." O segundo peso é a retidão. Fala do andar do crente, do seu comportamento. Tanto na Igreja, quando na família, quanto no trabalho, no namoro, na política, o caminho é sempre direito, sem "curvas" ou atalhos, porque deseja manter uma comunhão íntima com Deus. Porque tem o terceiro peso, que é o temor de Deus. E por fim, a qualidade de evitar o mal. De não colocar coisas más diante dos olhos. De não dar lugar ao diabo.

Aqueles que fazem um "desconto", imaginam que a porta não precisa ser tão estreita assim. Um "pecadinho" aqui ou um "desviozinho" ali não faz mal - ainda não são de Cristo. Talvez apenas "evangélicos".

Você deseja ser abençoado por Deus? Você quer ser MUITO abençoado por Deus? Então ande direito diante Dele. Tenha zelo com as palavras do Senhor, elas são apenas para ouvir. Precisa ser guardadas e colocadas em prática. Se estiver fazendo assim, no dia que o Senhor vier para examinar seu coração, Ele vai ver que você está comprometido com algum plano, projeto, ação para a Glória do Senhor. E se assim for, a boa mão do Senhor vai prosperar a sua casa muito mais do que você já tiver imaginado. Eu posso dizer assim, porque aconteceu comigo há menos de um ano.

À sombra do Salmo Primeiro, eu posso dizer com referência a Teologia da Prosperidade, que NÃO "é dando que se recebe", mas é sendo fiel, com um coração preocupado em glorificar o Senhor com planos, projetos e testemunho. É assim que você vai alcançar o favor de Deus. Fique firme. Não importa se tudo estiver mostrando o contrário. É à sombra do Salmo Primeiro que você vai receber as grandes bênçãos do Senhor.

As bênçãos do Salmo Primeiro são condicionais. Descarte o conselho dos ímpios. Não seja amigo de pessoas que não têm compromisso com Deus. Não ande em companhia de pecadores. Não se envergonhe do Evangelho nem da sua condição de cristão, quando estiver na classe de sua escola, no meio de seus colegas de trabalho. Deixe bem claro que você tem um compromisso com o Senhor.

Os olhos do Senhor está observando você. Ele vai lhe ver hoje, amanhã, no ano que vem... até que um dia vai se inclinar para você e dirá aos anjos do céu: (e o diabo vai ouvir) Vejam como tem sido fiel o meu servo "fulano", a minha serva "fulana". Agora, anjo de meu Pai, vem e leva a bênção que meu servo/serva precisa. Ano que vem, leve uma bênção maior. E no outro ano, outra maior ainda. E daqui a mais alguns anos, leve aquela grande bênção surpresa, aquela ele/ela já deixou de sonhar há muito tempo.

Ô Glória. Sei que é assim, pois o Senhor fez isto comigo.



Irmão João.
cruzue@gmail.com


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Para que serve andar em santidade

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João Cruzué

Em tempos que os cristãos estão perdendo as referências e as palavras sagradas estão sendo relativizadas pelo testemunho de algumas lideranças cristãs, é muito importante saber o valor da santidade. Além do propósito principal, garantia de ver o Senhor, a santificação tem tesouros ocultos que ainda não foram revelados ao coração de muita gente. Guarde bem isso.

Podemos começar por este versículo: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do pai não está nele". Quando João escreveu assim em sua carta, estava falando (e ainda está) de algo que vale mais que tudo: a presença de Deus. Quando o cristão decide no seu íntimo seguir um princípio de vida baseado em atitudes que agradam ao Senhor Jesus, ele passa a andar com Deus. E esse andar no dia a dia com o Senhor, traz uma comunhão sempre crescente com Ele. Esta comunhão se traduz pela presença do Senhor na vida deste cristão.

A presença do Senhor na vida do cristão é um tesouro de valor incalculável. Quando uma parenta nossa estava com câncer de colo de útero, internada no Hospital São Paulo, não tinha recursos financeiros. Na mesma ocasião, Linda Eastman McCartney e Leandro (da dupla Leandro e Leonardo) também estavam se tratando de câncer nos melhores hospitais. Estes dois, infelizmente, morreram. Eles eram muito ricos. A esposa de Paul McCartney era filha do fundador da Kodak. Dinheiro não era problema, mas eles morreram de câncer. Minha prima não tinha nada, mas está viva - porquê? Porque ela era uma crente fiel. A presença do Senhor estava com ela nos dias mais difíceis da vida, pois precisou de 42 bolsas de sangue, ficou 69 dias no hospital, saiu de lá com menos de 40 kg, mas já se vão mais de dez anos e ela está viva.

Andar em santidade significa praticar atos que agradam a Deus. E também buscar com interesse o conhecimento da Sua vontade para deixar de praticar aqueles que O desagradam. Fazer o bem e evitar o mal, com um coração alegre e sincero. Ao fazer assim, o cristão está plenamente de acordo com a condição escrita no Salmo 91: "Pois que tão encarecidamente me amou, também Eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o Meu nome. "

Em nossos dias, quando nos deparamos com atitudes surpreendentemente profanas de grandes médios e pequenos líderes cristãos, nós paramos e pensamos: Meu Deus era tudo de mentirinha, de faz de contas... eles são muito hipócritas. Assim temos vistos nossos paradigmas nos decepcionando um após o outro. Vamos, então, por isso, também relativizar e menosprezar as coisas santas? O andar com Deus? o desejo íntimo e profundo de agradar ao Senhor? De certo que não!

A consciência sincera, o andar com Deus, o agradar ao Senhor, tem, sim, um valor incalculável, inestimável e surpreendente. E sabe quando ela se torna útil? A resposta é bem simples: no dia da adversidade. Quando estiver diante do imprevisível, do assombroso, do assustador, do câncer, das dívidas, da doença incurável de um filho pequeno ou adolescente, daquilo que ninguém pode consertar, ajudar ou fazer.

Se você andar em santidade para Deus, se você seguir o princípio de agradar ao Senhor, como assim era do caráter de Jó, como assim disse o Apóstolo João no início deste texto, você vai olhar para cima e fazer uma pequena oração, uma oração até bem curta e o Senhor vai inclinar seus ouvidos vai ouvir suas necessidades. Se Ele quiser, vai atender sua oração e livrá-lo de todo o mal. Mas se você seguir o caminho do mundo, pisar na palavra de Deus e copiar o desvio de muitos bispos, pastores e pregadores, quando você clamar o Senhor não vai ouvi-lo. E nem todo o dinheiro do mundo vai lhe servir recurso.

Há coisas que estão além do alcance das riquezas deste mundo, das autoridades deste mundo. Se você é cristão e teme ao Senhor, não deixe que os desejos mundanos comandem o seu coração. Não ande na prostituição. Não procure ficar rico jogando em loterias. Não deixe seu coração vazio sem ocupação na obra do Senhor, por exemplo. Essas coisas vão impedir sua oração no dia que mais precisar. A santidade é um princípio, um caminho, é a banda larga que conecta sua oração aos ouvidos do Senhor.

É para isto que serve andar separado do mundo, em santificação perante o Senhor. Um tesouro único, ajuntado dia a dia, cujo valor só é descoberto no dia da adversidade.


SP-14.08.2010.JBC




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Os frutos da omissão

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João Cruzué

É cômodo ficar em silêncio diante de algumas situações que nos deparamos em casa no dia a dia. Situações em que ficar calado não vai irritar ou aborrecer alguém - um filho - que deveria ser confrontado, admoestado, aconselhado. Eu desejo expor alguma realidade sobre filhos como: a partir de que momento vamos começar a perceber que a cultura enraizada neles, fugiu aos padrões que nos propusemos a investir em suas pessoas. Isso é bem interessante e também desconcertante.

O que você vai fazer quando descobrir, um dia on futuro, que seu filho (ou filha) é uma pessoa totalmente desprovida de solidariedade, de amor para com você e com os outros? Que não se importa nem um pouco com seus esforços cotidianos e até sobrehumanos para trazer as contas em dia, a casa limpa , a comida na mesa, a roupa passada. Que não se importa se você está com problemas de saúde, e até acha que você é uma máquina de trabalhar, um/a serviçal do lar, um súdito do reino do egoísmo.

Isso é muito mais frequente do que pensamos.

Como este espaço é dedicado a leitores cristãos, não se aborreça com minhas palavras, pois é dentro desta idiossincrasia que estou analisando e escrevendo. Adiante.

Muitos cristãos reclamam, que Deus não costuma ouvir suas orações. Ao ponto de, às vezes, ter dúvidas de sua existência. Mas Deus estabeleceu princípios pétreos para a família e outras organizações humanos. E um deles é o princípio da autoridade. Uma autoridade, seja familiar, política ou religiosa, deve ser respeitada e honrada - e n q u a n t o - atua legitimamente dentro dos limites do respeito e da ética estabelecida. Deus fala de várias maneiras. Fala pela boca dos pais, dos amigos, dos mestres, dos pastores, dos padres... O problema não está no "silêncio" de Deus, mas nos ouvidos surdos de quem NÃO quer mais ouvir.

Há uns 15 anos meu sogro trouxe-nos da Região do Vale do Ribeiro, Sul do Estado de São Paulo muitas jabuticabas. Jabuticabas enormes, cuja espécie não é "sabará". E fiz mudas com as sementes das maiores frutas. E plantei algumas no sítio da família. O curioso, é que 15 anos depois, nenhuma delas frutificou. Durante esse tempo, o que pude observar de diferente era que as formigas e os marimbondos revezaram-se na destruição das folhas novas que surgiam por ocasião do início da primavera.

Apesar de que há poucos que desejam escutar estamos diante de uma questão: será que se DEIXARMOS de importunar nossos filhos, EVITAR aborrecê-los com nossas palavras não estamos passando o (mau) exemplo da OMISSÃO? Se mesmo importunando, aborrecendo, corrigindo, já é difícil notar algum fruto, que dirá se nada dissermos?

De uma coisa, tenho certeza: Deus está conosco quando repreendemos com veemência e autoridade as más ações de nossos filhos. Isso pode ser verificado na Bíblia. Em uma das suas passagens vemos que o velho Isaque amava mais a Esaú do que a Jacó Esaú era profano, mulherengo, fornicário, mas o pai estava cego e não via ou não queria ver.

Em outra passagem bíblica, no começo do 1º Livro de Samuel, os filhos do sacerdote Ele cometiam os piores pecados, e até se prostituíam na porta do ambiente sagrado, mas tudo o que Eli dizia era apenas: estou ouvindo as pessoas dizendo a má fama de vocês. Apenas isso.

E foi pela omissão de Isaque e de Eli que os filhos vieram a ser bem menos do que poderiam ser. Eles não foram confrontados. Eles não foram repreendidos com aspereza. E deu no que deu.

Eu fico imaginando: aquelo filho, aquela filha que você cuidou com tanto carinho, com tanto zelo, por que na idade adulta veio a se revelar uma pessoa mesquinha, egoísta, insensível, má se recebeu tanto... Onde foi parar esse "tanto"? E agora - não há como voltar no tempo para corrigir a partir do momento que o mal apareceu.

Eu sei que é muito difícil ser franco, falar a verdade no tempo e momentos certos. Mas eu sei também, que muitos pais vão ficar com o semblante triste pela vida toda, porque preferiram ficar em silêncio quando deviam ter importunado, aborrecido os filhos.

Se nossos filhos não são solidários, vamos admoestá-los, importuná-los. Se eles sujam a casa toda e cozinha para que uma mãe, doente e cansada limpe, reclame, confronte, repreenda! Se ele ou ela não sabe usar as finanças que tem, aconselhe, avise. Se eles gostam de andar com más companhias, sair e chegar a hora que quiserem, fale, reclame, mostre seu aborrecimento.

Não se omita. Não se apequene diante do tamanho deles.

Porque se fizer assim, quando os dias maus chegarem, você vai se olhar diante do espelho um rosto já marcado por rugas e experiências e vai poder dizer: Senhor, graças eu te dou porque mesmo depois de velho, conservo a alegria do teu Espírito Santo na minha vida.

Eu tenho visto tantos pais tristes...


Sorocaba - 21.08.2010